História
Em 1958/59 começa a amadurecer a ideia, até então formada exclusivamente pelo Setor “A” (escoteiros e bandeirantes), de que haveria de se estruturar a sua juventude não somente nos moldes até então existentes. Com a orientação de David Sztulman (z’l) e a participação de jovens de 14 a 18 anos, formou-se o chamado Setor “B”, ainda com direção provisória – Grêmio Juvenil Educativo, integrado no Departamento de Juventude da CIP
O chamado Setor “B” funcionou durante os primeiros seis meses (1959) como um grêmio de atividades gerais, mas após um certo amadurecimento de seus dirigentes, tornou-se claro que não havia possibilidade para a realização de atividades entre 120 jovens, sem organizar os menores em grupos. Assim, a nova diretoria resolveu proceder à divisão, sendo essa feita na base de idades e de centro comum de interesses, por exemplo, jovens que já estudaram juntos em Campos de Estudos ou Ensino Religioso.
Em 1960/61, o Setor “B” sofreu uma nítida transformação, passando de um grêmio de atividades gerais para um movimento juvenil educativo judaico, adotando o nome de “Lehava”. Nesta época é feito um seminário nacional em Campos do Jordão, com participantes de São Paulo, Rio de Janeiro (jovens da ARI), Rio Grande do Sul (jovens da Sibra), com o intuito de filiarem-se a um movimento juvenil sionista apartidário, das diversas comunidades de origem centro-européia da América do Sul (Central). Já na Argentina, Uruguai e Chile existia a “Jazit ha Noar”. Agora no Brasil, após longos e acalorados debates sobre sua filiação, simbologia, linha ideológica e modo de atuação, cria-se a Chazit Hanoar. Uma Maskirut Central – Secretaria Central Nacional – é criada com centro em São Paulo. O dinamismo interno do movimento cristalizou-se em uma direção composta de Madrichim (monitores) das Kvutzot (grupos) e das Shichavot (etapas de idade) e de uma Diretoria, passando para as mãos da mesma, em ritmo crescente a direção do movimento.
Iniciando seu objetivo educativo aos doze anos, firmou-se definitivamente como movimento que valoriza a coeducação. Nesta época contava com 315 jovens. Posteriormente criam-se cursos para a formação de madrichim e a primeira vaga para o Machon L’Madrichim Chutz LaAretz é obtida e preenchida (1962). De lá para frente, cada ano são enviados madrichim para o “Machon”, que se ocorre em Israel com a Kvutzá Sul-Americana da Chazit.
Em 1966 sentimos a necessidade de reduzir a idade mínima das kvutzot. Surgem os Solelim, kvutzot para jovens a partir de sete anos. Filas intermináveis aguardavam serem chamadas para todas as idades. Uma das grandes e constantes preocupações da direção do movimento era dar conteúdo judaico autêntico às kvutzot. Para isso reuniam-se regularmente os madrichim para estudo, análise, crítica e criação de material. A tnuá preenche nesta época uma lacuna na comunidade judaica de São Paulo.
Jovens são trazidos pelos pais ou por amigos e a Chazit vai crescendo. Atingimos o número de 1200 chaverim, sendo a maior tnuá de São Paulo e do Brasil. Nesta época, começam as primeiras Aliot individuais de chaverim, que irão prolongar-se até os dias de hoje. Festas como o terceiro Seder de Pessach mobilizam um número imenso de chaverim. Seminários locais e nacionais fazem todos vibrarem. Mandamos madrichim a seminários continentais. Também Sima Sztulman, esposa de David, estava agora trabalhando na casa. Ajudava a dirigir e orientar a parte do Setor “A” e dava “uma mão” importante à Chazit.
Em 1967 começamos a participar também do “Shnat Sherut”, nova opção para jovens irem conhecer e viver temporariamente em Israel.
Em Abril de 1974 foi contratado um novo Sheliach, Tzvi Harari (Tzviká), que deu um novo impulso ao terreno ideológico do movimento. Houve também um amadurecimento e fixação de princípios práticos, não havendo mais atritos entre os jovens e a comunidade neste terreno. De um lado a vivência e observância religiosa comunitária e de outro a expressão sionista e realizadora foram mutuamente aceitas, convertendo-se em princípios educativos que os madrichim procuraram transmitir no plano de trabalho educativo diário.
Com a saída e partida para a Aliá do casal Sztulman, que durante esses anos marcaram com sua presença o trabalho do movimento, sucedeu-se uma reorganização que levou os jovens a assumir a responsabilidade e direcionamento do movimento, que futuramente culminariam com a criação do Beit Bogrim e do primeiro Garin Aliá, organizado na Tnuá-Garin Nurit. Esse movimento, em busca de um aprimoramento dos laços com Israel, ficou evidenciado com a efetivação do Escritório da Chazit em Israel – Liskat HaKesher – e da aceitação na Veidá de 1983 de Kfar Charuv como Meshek Iad da tnuá (Kibutz-mãe da Chazit).
A partir deste ano se inicia o trabalho do movimento com Shlichim (enviados) vindos de Israel, o qual continua até agora.
Em 1990, a Chazit passa por uma nova etapa, a abertura da tnuá para a comunidade, sendo assim um dos grandes responsáveis pelo ato de solidariedade a Israel na Guerra do Golfo. Em Israel a tnuá aprimora seus laços com o Movimento Kibutziano Unificado (TAKAM) e o Kibutz Mefalsim passa a ser Meshek-Iad do movimento.
No início de 1992, é concluída a reforma da Casa da Juventude. Junto a essa há uma maior aproximação com a Avanhandava e com a CIP, onde muitos de nossos chaverim trabalham principalmente na área educativa.
Atualmente, a Chazit Sao Paulo atrai por sábado de peulá(atividade) em média 120 chanichim, realiza duas machanot por ano (kaitz e choref), manda seus peilim para o Shnat Hachshará (programa de um ano em Israel que visa capacitar os madrichim da Chazit) e mantém fortes laços com a Chazit Continental (São Paulo, Rio, POA e Montevideu). Os chaverim realizam atividades em parceria com a CIP, mas mantêm sua independência. Nos últimos anos a Chazit tem crescido tanto em número de chaverim quanto em qualidade de peulot e discussões chinuchiot(educativas)
Chazak VeAlê!